Foto: A Fantástica Fábrica de Chocolate
Quando eu era
criança, ouvia muito essa frase da minha amada avó e, é claro que eu adorava
quando ela me dizia isso! E quem é que não gostaria? Mas a questão é que deve
haver um ponto de equilíbrio, nem sempre podemos dizer sim, da mesma forma que
nem sempre podemos dizer não. Que tal pensarmos juntos sobre isso?
Por que será que
nos tornamos permissivos? Será que essa permissividade tem impacto no
desenvolvimento da personalidade infantil? Possivelmente, nos tornamos
permissivos por nos sentirmos culpados, por uma questão de comodidade ou porque
não compreendemos muito bem o significado de boa mãe e de bom pai. E isso pode ter impacto no desenvolvimento da
personalidade da criança. É comum que filhos de pais permissivos possam
apresentar impulsividade, pouca tolerância à frustração, dificuldade de
esperar, egocentrismo, dificuldade de perceber as necessidades dos outros e
aumento progressivo de distúrbios de comportamento.
A culpa que
sentimos e que nos leva a querer compensar nossas crianças, pode estar ligada
ao trabalho fora de casa ou por achar que fomos pouco atenciosos, por exemplo.
Se não temos disposição para dar afeto e atenção, tentamos compensar com bens
materiais ou sendo excessivamente tolerantes. Mas, nada disso é capaz de suprir
as necessidades de atenção e afeto das crianças. Os pais que se sentem culpados
podem permitir que seus filhos os machuquem, por acreditarem que eles estão
dando o castigo que merecem. Algumas vezes, crianças mais frágeis (magrinhas,
que ficaram ou que estão doentes e etc.) são mimadas e rodeadas de cuidados, e
os pais se sentem cruéis ao dizer um não.
Se não
entendemos corretamente os conceitos de boa mãe e de bom pai, podemos acreditar
que os pais “bonzinhos” são aqueles que sempre dizem sim aos seus filhos.
Possivelmente, esses pais tem medo de, ao contrariar sua criança, ela deixe de
gostar deles. Temos, portanto, pais permissivos e escravos de seus filhos. Mas,
a permissividade também pode estar ligada à comodidade dos pais, isto é, ceder
para não ter o trabalho de colocar limites às crianças.
Como
consequência para os pais, essa atitude permissiva pode levá-los a se sentirem
frustrados e insatisfeitos na relação, pois suas necessidades estão sempre atrás
das necessidades dos filhos. Possivelmente, esses pais ficarão mais ressentidos
e poderão descontar na criança ou entre eles.
Simone Duarte
Fonte: MALDONADO, Maria Tereza. Comunicação entre pais e filhos: a linguagem do sentir. Petrópolis: Vozes,1986.
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