sábado, 2 de maio de 2015

Até que ponto o uso excessivo de smartphones e tablets na infância como brinquedos podem prejudicar os pequenos?








A era tecnológica nos colocou de vez em um mundo rodeado de smartphones e tablets e,  por meio deles, temos acesso a diversas informações no nosso dia a dia. Mas, como essa nova realidade surge na vida dos pequenos que já nascem com tantos avanços tecnológicos disponíveis?

Desde muito cedo as crianças estão aprendendo a conviver com as mãos pequenas que podem catar as letras miúdas das telas touchscreen de forma bem mais ágil que os dedos maiores dos adultos, como consequência, passaram a interagir de forma diferente com o mundo, visto que nascidos no período em que a internet é tão comum quanto a televisão. 

Facilmente encontramos crianças que ainda não sabem  nem amarrar os sapatos navegando na internet e usando smartphones e tablets. Mas, será  que essa  inserção tão  precoce  no mundo da tecnologia é benéfica para os pequenos?

Sabemos que a tecnologia avançou e que os dispositivos móveis estão em nossas casas, trabalhos e espalhados por todos os lugares. Não é de se estranhar que o acesso dessas tecnologias pelas crianças é uma realidade crescente e que logo pais e familiares apresentam esses instrumentos "queridinhos" do momento.

Os pais podem se surpreender pelo interesse imediato da criança e achar que estão oferecendo um bom aparelho para o seu filho "brincar". Entretanto, o uso em excesso pode causar um desinteresse  em brincar com outros brinquedos ou com outras crianças da sua faixa etária. Contribuindo consequentemente, ao isolamento e a redução do contato social.

Através de observações cotidianas, podemos perceber que muitos pais e cuidadores, apresentam o hábito de usarem os aparelhos eletrônicos como companhia para os pequenos, acreditando que aplicativos de brincar são úteis o bastante, ou ainda com a intenção em deixar a criança quieta para  não atrapalhar o que precisa ser feito. Esquecendo assim, muitas vezes, de ofertarem incentivos importantes para o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo (como os jogos de blocos de construção, leituras, quebra-cabeças, brincadeiras de faz-de-conta,  brincadeira de roda, entre outros.).

O que poderá dificultar  o envolvimento dos pequenos em brincadeiras mais criativas, em privação das trocas afetivas e o seu interesse por essas experiências pode ficar restringido.

A infância tem sido apontada como um período crítico para o desenvolvimento das habilidades sociais. Entendemos com isso, que quanto mais o indivíduo for exposto às experiências sociais, maiores serão as suas possibilidades de aprender com essas situações, entretanto, vale destacar que o aprendizado dessas novas habilidades não se restringe apenas a infância.

Mas, se permitirmos que nossas crianças passem tempo demais interagindo apenas com esses brinquedos tecnológicos, o que pode acontecer? Talvez apresentem dificuldades para pedir ajuda para outras pessoas ou se divertir com brincadeiras mais criativas. É possível, também,  que não reconheçam que podem pedir atenção e carinho aos seus papais. Bem como, poderá afetar a sua capacidade de compreensão e de expressão de sentimentos.

É de fundamental importância que nos preocupemos com as relações interpessoais na infância e aceitação social para o desenvolvimento. Pois, o uso inadequado de um aparelho eletrônico é um desafio que as novas tecnologias trouxeram para os pais, pois o seu excesso pode desencadear diversos prejuízos, como déficit de atenção, atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizagem, impulsividade e problemas em lidar com sentimentos como a raiva.

Se faz necessário destacar que compreendemos que as novas tecnologias não apresenta apenas o lado negativo, mas reconhecemos o seu importante papel na transformação e difusão do conhecimento, contribuindo de maneira positiva na infância assim como na mudança cultural, entretanto, queremos  enfatizar que é preciso ter em mente que uma criança que brinca e que se diverte com os amigos, é uma criança que expressa suas vontades, que expressa seus sentimentos, chora quando está triste, briga quando está com raiva e faz bagunça.



Larissa Mariane M. de Andrade Macedo 

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